Entre um brinde e outro no Festival Brasileiro da Cerveja em Balneário Camboriú, um grupo de cervejeiros artesanais resolveu ir além da espuma e oficializou um movimento que promete agitar o setor: nasceu a Ucab — União das Cervejarias Artesanais Brasileiras.
A ideia surgiu em meio a conversas sinceras sobre a realidade do mercado. Menor consumo, impostos nas alturas e custos que não param de crescer. O desabafo era geral: “A gente se sente abandonado.”
E foi nesse clima de união e urgência que a Ucab tomou forma, reunindo representantes de nove estados brasileiros.
“Precisamos fortalecer o segmento”
Quem puxa o bonde é Ronaldo Rossi, que já tem quase duas décadas dedicadas à cadeia produtiva da cerveja artesanal. Segundo ele, a missão da Ucab é clara:
“Defender a classe e buscar melhores condições, principalmente tributárias, para os pequenos. E também fomentar o setor, com ações que ajudem a alavancar as vendas.”
A associação já começa com conselheiros em diferentes regiões do país. Cada um vai trazer as demandas locais para construir soluções em conjunto — do jeitinho que o mercado precisa: colaborativo, plural e realista.
E fica o convite: todas as cervejarias do país estão sendo chamadas para participar, mesmo as que não estiveram no festival. A adesão é voluntária, mas quanto maior o coletivo, mais forte será a voz da Ucab nas esferas que importam.
Do boom à queda: o que aconteceu com a cerveja artesanal no Brasil
O boom das artesanais entre 2013 e 2014 parecia indicar um futuro promissor. Mas a verdade é que o copo ficou meio vazio nos últimos anos.
“Muitas cervejarias abriram, mas o consumo de especiais não acompanhou. Em 2020, tínhamos 3% do mercado. Hoje, são menos de 2%,” explica Rossi.
A grande maioria das marcas segue com atuação local, sem penetração nacional. Um estudo recente do Sebrae mostra que apenas 9% das cervejarias artesanais brasileiras têm presença em mais de um estado.
E agora? O próximo gole
A parte burocrática está em fermentação acelerada: logo, estatuto e filiações devem ser oficializados nos próximos dias. A ideia é já reunir os conselheiros, eleger a coordenação e começar a traçar as primeiras ações.
A proposta é clara: resgatar o protagonismo das cervejas artesanais, fortalecer o ecossistema e garantir que o Brasil siga sendo terra fértil para criatividade na produção de cerveja.
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