Mestre cervejeiro global da marca esteve no Brasil e compartilhou bastidores da produção, curiosidades sobre a versão 0.0% e o paladar brasileiro
Responsável por manter o mesmo sabor da Heineken em mais de 190 países, o mestre cervejeiro Willem van Waesberghe desembarcou no Brasil para participar do Inside the Star, experiência imersiva realizada na cervejaria de Jacareí (SP), que abre os bastidores da marca ao público. Durante a visita, ele revelou os principais segredos do processo produtivo da cerveja premium e os desafios de garantir a consistência do sabor em diferentes regiões do mundo.
“A levedura A é a alma da Heineken”, afirmou. Segundo ele, a levedura exclusiva utilizada na receita precisa de condições específicas para fermentar corretamente — como os tanques horizontais, que reduzem a pressão interna e permitem que ela desenvolva todo o aroma e sabor característicos. “É um organismo vivo e sensível. Para garantir o padrão global da cerveja, cada detalhe importa: ingredientes, temperatura, tempo, pressão e até o tipo de tanque.”
Com apenas quatro ingredientes — água, malte, lúpulo e levedura —, a Heineken aposta na simplicidade e no controle de qualidade para manter sua assinatura sensorial. Amostras das cervejas produzidas em todo o mundo são enviadas mensalmente à sede da marca na Holanda, onde passam por degustações técnicas para garantir que o produto final seja idêntico em qualquer país.
Heineken 0.0 e o novo consumidor
Um dos grandes temas da visita foi a Heineken 0.0%, versão sem álcool que mantém o mesmo sabor da original. Segundo Willem, foram anos de pesquisa e testes até chegar a uma fórmula que preservasse o equilíbrio da cerveja após a remoção do álcool por destilação a vácuo — um processo delicado que evita a perda de aromas.
“Eu resisti no início, porque não acreditava que era possível fazer uma boa cerveja sem álcool. Mas conseguimos. E hoje ela é uma das mais queridas do nosso portfólio, especialmente entre os consumidores mais jovens, que buscam controle e equilíbrio”, destacou.
O Brasil e o amargor
Sobre o paladar do brasileiro, o mestre cervejeiro foi direto: “O brasileiro gosta de cerveja bem gelada. Mas quanto mais gelada, menos sabor você sente.” Segundo ele, há uma evolução em curso. “O amargor é uma preferência adquirida. Com o tempo, o público vai aprendendo a apreciar cervejas mais complexas.”
Compromisso com o planeta
Além do sabor, a sustentabilidade é uma pauta central para a marca. Eduardo Picarelli, diretor da Heineken no Brasil, reforçou o compromisso da companhia em reduzir o impacto ambiental em todas as etapas da cadeia produtiva. “Queremos deixar um legado positivo. E isso inclui trabalhar com ingredientes naturais, energia limpa e processos mais eficientes.”
Willem, que atua na Heineken desde 1995 e ocupa o cargo de mestre cervejeiro global desde 2012, finalizou com um conselho para quem deseja seguir carreira na área: “É preciso amar o processo e entender que estamos lidando com organismos vivos. A paixão pela cerveja começa no respeito por cada ingrediente.”
