Cachaça em alta: Minas celebra tradição com a maior feira do destilado do país

Expocachaça movimenta R$ 30 milhões e reforça papel de Minas Gerais na liderança do setor, que gera mais de 600 mil empregos no Brasil

Belo Horizonte será, mais uma vez, o centro da cachaça no Brasil. Entre os dias 7 e 9 de agosto de 2025, a capital mineira recebe a 34ª edição da Expocachaça, considerada a maior vitrine mundial da cachaça de alambique. A feira acontece no CenterMinas Expo, na região Nordeste da cidade, e ocupa um espaço recorde de 12.170 m² distribuídos em três pavilhões. A estimativa é que o evento movimente R$ 30 milhões na economia e reforce a força de uma cadeia que é símbolo cultural e motor econômico nacional.

Com um formato híbrido — reunindo negócios (B2B) e um grande festival para o público (B2C) — a feira contará com 250 expositores e mais de 2.000 marcas de 18 estados brasileiros. “Mais uma vez reforçamos nossa missão de promover a cachaça de alambique, agregando valor ao produto e fomentando negócios em todo o ecossistema. Somadas todas as edições, a Expocachaça já gerou cerca de R$ 500 milhões em negócios“, afirma José Lúcio Mendes, diretor do evento.

Além da bebida símbolo do Brasil, a feira também abriga dois eventos que valorizam a produção nacional: a 3ª edição do Minas + Doce, com curadoria da chef Rosilene Campolina, e a 18ª edição da BrasilBier, dedicada às cervejas artesanais brasileiras.

A força da cachaça na economia e na cultura

A produção nacional da cachaça atingiu em 2024 a marca de 292,46 milhões de litros, um crescimento de 29,6% em relação a 2023, segundo dados oficiais. Só a região Sudeste responde por 59% desse volume, e Minas Gerais lidera o setor, com 501 cachaçarias registradas — cerca de 40% de todo o Brasil.

Embora as exportações tenham sofrido retração em 2024, somando US$ 14,54 milhões, o mercado interno continua aquecido, empregando mais de 6.300 pessoas diretamente por mês, conforme o CAGED/MTE. A Expocachaça se consolida, assim, como palco estratégico para a geração de renda, o fortalecimento de marcas e a valorização de uma bebida com mais de 300 anos de história.

Do engenho ao copo: a tradição da cachaça de alambique

Também chamada de “branquinha” ou “pinga”, a cachaça vai muito além da caipirinha. Com teor alcoólico entre 38% e 48%, o destilado de cana-de-açúcar é produzido por mais de 40 mil produtores, 98% deles de pequeno porte, o que reforça o caráter artesanal e familiar do setor.

O processo tradicional em alambique é um verdadeiro ritual:

  • Colheita e moagem: a cana é colhida e moída para extração do caldo.
  • Fermentação: o caldo é fermentado com leveduras naturais.
  • Destilação: no alambique de cobre, o álcool é separado em frações — apenas o “coração” é aproveitado.
  • Envelhecimento: a bebida descansa em barris de madeiras como carvalho, amburana ou bálsamo.
  • Engarrafamento: padronizada e filtrada, a cachaça é então distribuída para consumo.

Minas Gerais é protagonista

Segundo o Anuário da Cachaça 2025, do Ministério da Agricultura, Minas não só lidera em número de produtores, como também em diversidade de rótulos: são 2.492 marcas mineiras entre as 7.223 registradas no país.

Os alambiques mineiros — muitos com produção diária de 1.500 litros — são o retrato da tradição passada de geração em geração. Eles sustentam uma cadeia que movimenta mais de 600 mil empregos diretos e indiretos, unindo sabor, identidade regional e desenvolvimento econômico.

Serviço

EXPOCACHAÇA 2025
📍 CenterMinas Expo – Av. Pastor Anselmo Silvestre, 1495 – Bairro União, Belo Horizonte (MG)
📅 Data: 7 a 9 de agosto de 2025
🕛 Horário: a partir das 12h
🎫 Ingressos: à venda no local e online via Ingresse, com meia-entrada para 40% dos tickets

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